quinta-feira, 22 de julho de 2010

Motivo sem motivo

As vezes sinto que tenho tanto pra falar,
e nem estranho se não tem ninguém que realmente vá ler,
falar? como assim falar? Nesse caso é escrever.

Escrever é um desabafo sem fim,
quando começo, me interesso tanto pelo que estou falando,
que discordo de mim mesmo e argumento porque faço as coisas.

Conto sobro o meu dia sem que ninguém mais entenda,
faço referências a tantos acontecimentos e momentos,
tudo isso enquanto viajo a som de alguma música.

Esse é o único momento em que consigo ouvir a mesma música
trinta ou quarenta vezes sem enjoar,
é como se fosse a música do dia sem ouvir nem cantar,
fazemos um acordo, enquanto ela puder tocar, posso escrever.

Mas por que o faço até que me sinta bem cansado?
Não sei, como diria Freud, todos os segredos
estão guardados no passado ou são culpa da sua mãe.

porque a noite não dorme

É engraçado, as vezes a gente sente sono e não quer dormir,
a gente escreve, lê, assiste TV ou inventa qualquer outro motivo.
Mas não quer de jeito nenhum ceder ao mundo imaginário.

E uma pergunta freqüentemente chega a minha cabeça,
Por que é que faço isso? as vezes nem mesmo preciso.
Sei do que preciso, preciso é dormir.

Acho que sou apaixonado pela noite,
trocaria qualquer dia de sol bonito como foi hoje,
por uma noite, como qualquer outra.
Me arrependeria quando sentisse frio ou falta de luz natural.

Mas a noite não é tão normal como o dia,
tem uma magia só dela, ela é bela até sem ser,
e tem cara de música, tem ritmo de música
e até sabe fazer um mistério escondendo as coisas.


Não sei, a noite é tão boa,
sinto só pelas pessoas a terem colocado como proibida
ou hora do sono, esse abandono deve magoa-la.

Já até pensaram em dia sem sol, pela importância que dão a ele,
mas e o dia sem noite, alguém já imaginou que houve?
Se imaginou, não saiu espalhando, tanto que a gente nem ouvi isso.

Cotovelos gastos.

Quando a gente se interessa por alguém
a gente consegue falar mais do que boca pode,
inventa motivos pra ver, rever.

Mas depois de um tempo,
sempre acontece de não ter mais tanto assunto,
as vezes penso, será que sou o único?

Mas também fico chateado
quando falo com alguém
e o resultado sai calado
bom, sei lá o que acontece
vai ver a gente esquece de falar mesmo.

Já sentiu que alguém enjoou de falar contigo?
É uma situação tão chata, mas com tanto sentido,
que quem acaba ficando sentido é quem puxa conversa.

Me sinto como aqueles velhinhos de praça,
que querem conversar com o primeiro que passa,
e nem fica sem grassa de ser um estranho
enquanto de todo jeito o sujeito que está passando
tenta se livrar da conversa respondendo o mínimo mais um pouco de silêncio.

O frio

Estava lembrando, qual foi a ultima vez que senti um frio na barriga,
quando era pequeno, achava a sensação pior do que veneno,
era como se fosse morrer, mas escapasse com susto
no ultimo segundo justo como no filme Premunição.

Quando era adolescente era tão legal sentir frio na barriga,
no parque, no brinquedo que mais dava medo,
ou indo até a entrada de um lugar perigoso,
sentir medo passou a ser prazeiroso.

Já quando a adolescência acabou,
sentir medo passou a ser natural e ruim.
cada um sabe do que tem medo e evita,
as vezes nem gritar não grita mais.

A gente também sente esse frio
quando um ente querido vai embora.
Parece que também vai pra fora o nosso estômago
e até perdemos os ânimos e a fome.

desopção

Quem nunca olhou pra alguém e pensou:
Poxa, você era tão especial pra mim!
Por que você fez isso?
As atitudes são sempre um risco, e ninguém costuma seguir a linha,
Mas imagine um misto de tudo que sempre sonhou com um jogo de amarelinha,
você não pode acertar a pedrinha sempre, as vezes vai mais forte, as vezes mais fraco,
isto é fato. E quando você menos esperar, pronto, tropeçou no inferno.

Mas quem disse que não tem gente que ganha e vai pro céu?
Tem isso, de monte, o engraçado seria se existisse seguro desencontro,
ou se fossemos como mísseis teleguiados.
Eu ficaria meio grilado de não poder fugir de nenhuma situação desagradável
ou ainda de não brigar com alguém de vez em quando.

Eu esperava tanto mas tanto, que acho até que era o que esperavam de mim também.

Desabafo de coisa alguma

As coisas são estranhas mesmo,
um dia a gente acha uma coisa, acredita naquilo com todas as forças,
No outro não sabe no que acreditar

Acho que o mal de todo ser humano é sentir e não pensar,
o que nós nomeamos como pensamento são percepções dos sentidos,
na maioria das vezes, os sons e vozes são ditos como "interpretação dos acontecimentos"
Mas pare e pense por um momento, se sentir já é pensar, o que é pensar então?
Tudo que sentimos pensamos? Ou tudo que pensamos sentimos?

Não sei, quando sentimos vontade de rir, pra mim não quer dizer que alí houve um raciocínio,
ou até houve, se você entendeu a piada, você teve que pensar, já quanto ao riso
não posso ser muito preciso em nenhuma análise.

Mas em toda frase engraçada há inteligência.
Por menor que seja, ainda é um pouco da mesma usada por grandes gênios.
Não sei se fui ingênuo quando comecei a escrever e mudei de assunto,
mas ultimamente tudo é assim, aconteceu hoje, a gente começou falando de algodão doce,
e quanto menos se espera estamos trocando peças da roda gigante.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O que é o égo?

O que é ser egocêntrico?
é pensar em sí mesmo o todo tempo?
e quando pensamos nas outras pessoas como se fossem a gente,
não estamos pensando em nós mesmo?
estamos sendo egocêntricos?

O égo me parece um conceito cada vez mais cego
uma palavra que define uma pessoa que dizem que é ruim,
alguém que pensa e age como se fosse só ela no mundo.

Falando sério, isso é possível?
como não dizer bom dia?
como rir sozinho?
como não contar nada pra ninguém?
sabe, aquele segredo que era o mais secreto.

Bom, pra ir direto ao ponto,
o égo não é égo, e nem define bem,
mesmo porque nem foi o "Eu" quem inventou,
se o Eu dissesse uma palavra que o definiria,
assim seria a melhor definição para o que os outro veem.
Que complicado né?

Mas não há nome de palavra, homem ou mulher que não cause confusão.